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28 de abril de 2014, 19:46 - Por Conteudo Digital

Coordenadora de Fonoaudiologia realizou estudo sobre alterações auditivas em crianças

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A coordenadora do curso de Fonoaudiologia, Profª Me. Rachel Façanha

A coordenadora do curso de Fonoaudiologia, Profª Me. Rachel Façanha, realizou uma pesquisa intitulada “Fatores de risco para alterações auditivas em prematuros egressos de UTI Neonatal”. Teve o objetivo de conhecer a prevalência de perda auditiva precoce numa população de prematuros egressos de UTIN e os principais fatores de risco para alterações nos exames de EOA presentes nessas internações.

De acordo com o estudo, no Brasil estima-se que 3 a 5 crianças em 1000 nasçam com alteração auditiva e o número de recém-nascidos (RN) que adquirem problemas auditivos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está em torno de 2 a 4 em cada 100. Cerca de 50 a 70% dessas deficiências são passíveis de serem suspeitadas durante o período neonatal através da triagem auditiva por meio do exame de Emissões Otoacústicas (EOA).

Os indicadores de risco para a deficiência auditiva são Apgar (É uma nota de 0 a 10 que o recém-nascido recebe na ocasião do seu nascimento. São avaliados alguns quesitos como: frequência cardíaca, choro, cor, tônus muscular, reflexo.
Dependendo da nota, o bebê poderá ter alguma alteração, síndrome, deficiência ou doença que deverá ser corrigida se possível a tempo) de 0-4 no 1º minuto ou 0-6 no 5º minuto, história familiar de deficiência auditiva sensórioneural hereditária na infância, ventilação mecânica por 5 dias ou mais, infecções congênitas (citomegalovírus, rubéola, sífilis, herpes e toxoplasmose); peso ao nascimento inferior a 1.500g, meningite bacteriana, síndromes que possam incluir perdas auditivas condutivas ou sensórioneurais, hiperbilirrubinemia em nível que indique exsanguíneo transfusão, anomalias crâniofaciais, incluindo as com anormalidades morfológicas do pavilhão auricular e do canal auditivo e medicações ototóxicas, quando utilizadas em múltiplas doses ou em combinação com diuréticos.

Os resultados apontam que 44,3% das crianças apresentaram alteração auditiva. Associaram-se como fatores de risco o uso de medicamentos ototóxicos (p<0,01) – São afeções iatrogênicas provocadas por drogas medicamentosas que alteram o ouvido interno (labirinto). Essas drogas podem afetar o sistema coclear ou o sistema vestibular ou ambos, alterando duas funções importantes do organismo: a audição e o equilíbrio) e o uso de ventilação pulmonar mecânica por mais de 5 dias (p=0,04). Ventilação pulmonar é o processo no qual o ar contido no interior dos pulmões é constantemente renovado. Essa renovação dá-se através de um fluxo aéreo do meio externo para o interior dos pulmões (inspiração) e vice-versa (expiração)

Houve associação limítrofe entre o baixo peso ao nascer (<1.500g), e a alteração auditiva, enquanto a variável exsanguíneo transfusão parcial, realizada como tratamento da policitemia, passou a se associar ao se proceder a análise ajustada.

Segundo a professora, concluiu-se que a detecção precoce da alteração auditiva favorece a intervenção precoce, possibilitando o desenvolvimento normal da linguagem, cognitivo e social. A importância da implementação da TANU em todas as maternidades garante a prevenção, o diagnóstico precoce e a (re)habilitação dos bebês em tempo hábil para minimizar os atrasos que esta deficiência causa.

Saiba mais

Recentemente a coordenadora do curso de Fonoaudiologia, Profª Me. Rachel Façanha, apresentou seu estudo no 29º Encontro Internacional de Audiologia – EIA 2014. Realizado de 13 a 16 de abril de 2014, pela Associação Brasileira de Audiologia, no Costão do Santinho, em Florianópolis. O evento contou com uma grade de palestrantes, nacionais e internacionais, rica em conteúdo científico de ponta. Foram abordadas todas as áreas da Audiologia como Ciência básica, triagem auditiva neonatal, diagnóstico, ruído, conservação auditiva, Otoneurologia, dispositivos eletrônicos (AASIs, Impante coclear, aparelhos implantáveis, acessórios assistivos), reabilitação, entre outros.