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9 de março de 2017, 19:06 - Por Vera Alice Pereira Moreira Lima

Nicolau Maquiavel é julgado em Júri Simulado

A turma do curso de Direito do primeiro período, campus Renascença, realizou no Auditório Expedito Bacelar, na noite de 8 de março, o Júri Simulado julgando um dos pensadores mais influentes da modernidade, Nicolau Maquiavel (1469/1527). A história tem sido para esse historiador, poeta, diplomata e músico de origem florentina, um espelho difusor de suas ideias. Julgá-lo, entretanto,  não é tarefa fácil. A Promotoria imputou a ele três crimes:  insuflar à desordem, genocídio e fomentar a corrupção. No decorrer do Júri, o debate foi bem  fundamentado e o corpo de jurados decidiu  pela culpabilidade do réu,  sentenciando a ele a pena o silêncio obsequioso.

Nos debates, ficou pontuado  que o pensador incentivava os príncipes à guerra, mas, a defesa, ao pedir a palavra,  afirmou que sua obra literária fora direcionada,  justamente, para os príncipes, e não,  ao povo especificamente. Afirmaram ainda que,  invariavelmente, sua literatura fora interpretada de forma errada ou tendenciosa. E mais:  o diplomata de Florença não obrigou ninguém a provocar o caos na Europa, e que ele só expressou suas ideias ilustrativamente. A acusação  pontificou que Maquiavel, ao escrever o “O Príncipe”,  traduziu sua frustração contra a deterioração romana, cuja principal causa, em sua opinião, eram a fraqueza e a indisciplina dos governantes, sinalizando sua intenção para recuperar e refortalecer o reino e, por isso, escreveu um manual contendo os princípios do governo necessário para educar os príncipes que se tornariam reis, sendo, portanto, o denunciado  passível de culpa por legitimar a “boa maldade” em proveito daqueles ávidos pelo poder.