Nicolau Maquiavel é julgado em Júri Simulado
A turma do curso de Direito do primeiro período, campus Renascença, realizou no Auditório Expedito Bacelar, na noite de 8 de março, o Júri Simulado julgando um dos pensadores mais influentes da modernidade, Nicolau Maquiavel (1469/1527). A história tem sido para esse historiador, poeta, diplomata e músico de origem florentina, um espelho difusor de suas ideias. Julgá-lo, entretanto, não é tarefa fácil. A Promotoria imputou a ele três crimes: insuflar à desordem, genocídio e fomentar a corrupção. No decorrer do Júri, o debate foi bem fundamentado e o corpo de jurados decidiu pela culpabilidade do réu, sentenciando a ele a pena o silêncio obsequioso.
Nos debates, ficou pontuado que o pensador incentivava os príncipes à guerra, mas, a defesa, ao pedir a palavra, afirmou que sua obra literária fora direcionada, justamente, para os príncipes, e não, ao povo especificamente. Afirmaram ainda que, invariavelmente, sua literatura fora interpretada de forma errada ou tendenciosa. E mais: o diplomata de Florença não obrigou ninguém a provocar o caos na Europa, e que ele só expressou suas ideias ilustrativamente. A acusação pontificou que Maquiavel, ao escrever o “O Príncipe”, traduziu sua frustração contra a deterioração romana, cuja principal causa, em sua opinião, eram a fraqueza e a indisciplina dos governantes, sinalizando sua intenção para recuperar e refortalecer o reino e, por isso, escreveu um manual contendo os princípios do governo necessário para educar os príncipes que se tornariam reis, sendo, portanto, o denunciado passível de culpa por legitimar a “boa maldade” em proveito daqueles ávidos pelo poder.