Perigos na utilização dos fones de ouvido
Os fones de ouvido são uma mania da nova geração que vive conectada. Mas os que não possuem ou não são adeptos desse acessório, reproduzem suas músicas no alto-falante, na maioria das vezes em locais públicos, gerando incômodos.
Devido ao grande número de reclamação dos usuários de transportes públicos no Rio de Janeiro, em abril deste ano foi imposta a Lei Estadual que proíbe os passageiros de escutarem música com aparelhos sonoros sem que estejam utilizando fones de ouvido. Os que desobedecerem à nova lei poderão ser retirados do veículo ou pagar multa. Um aparelho que veio para entreter e satisfazer, mas, se usado de maneira inadequada, causará danos à saúde que poderão ser irreversíveis.
O ouvido humano é composto por células sensíveis responsáveis pela condução e transformação do som mecânico em som elétrico, gerando, assim, o som que ouvimos. Essas células poderão ser lesadas por diversos fatores, principalmente por sons altos e ruídos.
O aumento no número de equipamentos eletroeletrônicos tornou o uso do fone indispensável. Com uma capacidade de emissão sonora de 110 a 120 dB, o equivalente a um trio elétrico, os fones são prejudiciais, dependendo da intensidade sonora a que são submetidos. Qualquer aparelho que é inserido no ouvido e que mantenha uma intensidade sonora acima de 85 decibéis é potencialmente nocivo à audição do ser humano.
De acordo com a coordenadora do curso de Fonoaudióloga, Prof. Rachel Façanha, na medida em que houver o aumento do volume, consequentemente ocorrerá o aumento no número de decibéis. O fone de inserção (interno) agrega 6 dB em relação ao fone externo, liberando uma energia sonora maior, ou seja: sendo considerado o mais prejudicial.
Por não possuírem uma padronização de uso seguro, são utilizados de maneira indevida, prejudicando a audição na maioria da população. A exposição a volumes elevados por um longo período desse acessório poderá causar danos a exemplo da perda parcial ou completa da audição.
Sintomas:
Zumbidos, dores de ouvido, dificuldades auditivas em uma conversa casual entre outros são alguns dos sintomas que surgem devido à utilização inadequada dos fones. Um dos principais sintomas é a perda auditiva inicialmente temporária e posteriormente permanente e irreversível.
O tempo, a intensidade do som e a susceptibilidade que o indivíduo possui, isto é, a sensibilidade com que o ser humano tem em adquirir lesões no aparelho auditivo são alguns dos meios que afetam o sistema auditivo.
O prejuízo advindo da má utilização do acessório causará também disfunções em outras partes do corpo humano, causando problemas gastrointestinais e neurológicos, irritabilidade, cefaleia, além da dificuldade de interagir com amigos, parentes e colegas de trabalho.
Precauções:
A normativa R15 da portaria do Ministério do Trabalho estabelece que o limite a que o ser humano deve ser exposto é de 85 dB por 8 horas. O recomendado é não utilizar o fone de ouvido maior quer 80% do volume do aparelho de som e não ultrapassar o limite estabelecido de uso diário.
São necessárias mudanças de hábito: usar sempre a metade da potência volumétrica do aparelho pelo menor tempo; dar preferência aos aparelhos externos; dar um intervalo de uma ou duas horas após utilizar o acessório, pois quanto menos se expor àquele agente agressor, mais benefício terá.
É indicado aos usuários contínuos desse acessório que, quando pressentirem algum dos sintomas, procurarem um otorrinolaringologista ou até mesmo um fonoaudiólogo para realizar os exames cabíveis, descobrir a causa e, respectivamente, adotarem o tratamento adequado.