Tributo ao pioneirismo da família Bacelar
Em solenidade para cem convidados, na sexta, 26 de agosto, a Universidade Ceuma inaugurou, no Campus Renascença, a Praça Bacelar. A homenagem aos irmãos Raimundo, Magno e Afonso Duque Bacelar resumiu a importância de um dos mais audaciosos empreendimentos comandados pela família: o Sistema Difusora de Rádio e TV, que em 1963, instalou o imponente transmissor de 20 kwat, 129 metros de altura e 120Km de alcance.
A antena funcionava exatamente no local da praça recém-entregue e deu à Difusora o status de primeira do Maranhão e quarta do Brasil no modelo comercial.
“A Difusora foi tão significativa, que na inauguração vieram oito governadores, ministros de Estado e até o presidente JK. Acima dela, só os Diários Associados. Magno Bacelar foi o nosso Assis Chateubriand ”, declarou Moreira em um dos discursos da noite.
O evento foi prestigiado por senadores e deputados, professores, coordenadores de cursos e gestores do Grupo Ceuma. Na fala de abertura, o reitor, Prof. Saulo Martins, ressaltou o simbolismo da noite e o valor de resgatar a história para as novas gerações.
Antes do descerramento da placa ao lado da presidente do Grupo Ceuma, Ana Lúcia Fecury, o homenageado Magno Bacelar, na última fala da noite, afirmou: Sem cultura, sem conhecimento, que são a matriz dessa universidade, não teríamos sido tão corajosos. Para qualquer geração, o importante é o saber”.
O senador Mauro Fecury e o presidente do Grupo Ceuma, senador Clóvis Fecury, supervisionaram pessoalmente a homenagem ao amigo Magno Bacelar, representando a família. Além de três audições do Coral Ceuma, com regência da Professora Lúcia Alvino e acompanhamento da pianista Adriana Soraia, houve ainda exibição do documentário “ Telecomunicação no Maranhão”, produzido pelo MAVAM (Museu da Memória Áudio Visual do Maranhão) com cenas do dia-a-dia da antiga Difusora.
SEMENTE DE OUSADIA
“Antes era mato e mangue, depois uma antena de tv e hoje, uma grande universidade”. Com as aspas, Carlos Magno Duque Bacelar assinalou uma contida emoção pelo reconhecimento ao legado da sua família, marcado por ousadia, tino comercial e senso de oportunidade.
Empresário influente e político de peso (chegou a deputado federal), Magno trabalhou ao lado de dois dos dez irmãos, Afonso Augusto e Raimundo Emerson, o mais velho e mentor do Sistema Difusora, inspirado pela sua experiência como diretor da então estatal Rádio Timbira.
Família de Coelho Neto, herdou 180 mil hectares onde a cana-de-açúcar foi cultivada pela primeira vez no Maranhão. Do canavial, partiram para a Itapirema, inédita cooperativa agrícola que reuniu 20 mil agricultores familiares. “Foi a forma de torná-los proprietários, eles colhiam, vendiam para a usina e com o lucro compraram seus sítios”, relembra Magno.
Começou assim o Grupo Bacelar, que no apogeu, chegou a empregar mais de cem mil funcionários em empresas que iam de construção civil, celulose e papel, destilaria, agropecuária e beneficiamento, banco e telecomunicação.“Pela Difusora, o Maranhão ficou conhecido no Brasil, sem saber abrimos quarenta anos de prosperidade nesse Estado”.